Imagine o nosso Sistema Solar com Plutão,
sendo reclassificado como planeta e trazido para uma órbita depois de Marte, e
sem os gigantes Urano e Netuno!
Acrescente a essa hipótese, que o mais
distante desses sete planetas fosse equivalente a Saturno e estivesse a uma
distância próxima a que a Terra se encontra do Sol! Já o equivalente a Mercúrio
estivesse tão próximo de sua estrela que o ano por lá durasse uma semana!
Pois esse sistema estelar existe e foi
descoberto, de forma paralela, por pesquisadores de dois países, os Estados
Unidos e a Inglaterra. O sistema KIC 11442793, distante 2.500 anos luz-da Terra
(ou impressionantes 44 milhões de anos de viagem da Voyager 1, a nossa nave
mais rápida) tem sete planetas orbitando a sua volta, sendo cinco rochosos e
dois gasosos. Os dois planetas mais próximos da longínqua estrela têm tamanho
próximo ao do nosso mundo, sendo que um dá uma volta completa em torno dela em
apenas 7 dias.
Os três seguintes possuem diâmetros entre
duas e três vezes maiores que o da Terra (tipo de mundo apelidado de
super-Terra). Os dois mais distantes são gigantes de gás, similares a Júpiter
ou Saturno, mas com a peculiaridade de estarem muito próximos de sua estrela
(sendo apelidados de Júpiteres-quentes), tendo no máximo 330 dias a duração do
ano por lá.
KEPLER, O CAÇADOR DE EXOPLANETAS
Os dados para confirmar a descoberta foram
obtidos a partir do telescópio espacial Kepler, lançado em 2009 exatamente com
a missão de “caçar” exoplanetas (aqueles que não orbitam o Sol).
A técnica empregada foi a do método de
trânsito, que busca a sombra da passagem de um planeta em frente de sua
estrela. Esse é um dos métodos mais eficientes e pode ser aplicado às estrelas
muito distantes, ao contrário de outras técnicas.
Por outro lado, o trânsito só pode ser
detectado caso o planeta transite por sua estrela em um ângulo coincidente com
o observado por nós aqui na Terra (ou no Kepler).
VIDA IMPROVÁVEL
A proximidade dos corpos do sistema de KIC
11442793 faz com que a interação gravitacional entre eles seja muito maior do
que ocorre por aqui. No Sistema Solar, os planetas interferem nas órbitas uns
dos outros em um grau menor. É provável que a “KIC” esteja no fim de sua
existência.
Tais configurações tornam bastante improvável
a existência de vida, tal como a conhecemos, em algum desses planetas. Mesmo
que exista uma civilização semelhante à nossa, suas naves teriam de ter partido
antes do primeiro macaco saltar pelas árvores terráqueas para que elas
chegassem hoje até nós.
Com informações do Blog Ceará
Científico – Diário do Nordeste