Percebemos - ao longo dos últimos 10 anos -
um avanço inquestionável em investimentos, qualificação e acesso à educação em
nosso país. Porém, a educação em seu sentido mais amplo ainda é relegada a um
plano inferior. Considero até que o ato de educar deva ser repensado e
redefinido. A Educação precisa ser um sintagma de privilégio, um símbolo de
sucesso, um direito qualificado e acessível a todos os povos, em todos os
setores e camadas, pois sem educação, informação, aprendizado, ninguém é capaz
de escolher seus caminhos ou até mesmo determinar seu trabalho, não sabendo
colocar-se e identificar-se no mundo.
Uma pessoa sem informação não entende o que
acontece, assina o que não lê, aceita facilmente o que não compreende, não
consegue se integrar a grande complexidade do mundo moderno – enfim - torna-se
facilmente manipulada e externa aos acontecimentos que, muitas vezes, dizem
respeito a suas próprias vidas.
Entretanto, o ato de educar não é apenas o
ato de instruir, ensinar leitura e cálculos. Antes de tudo, educar é conduzir o
ser a pensar, refletir, questionar, abrir as mentes para enfrentar a vida,
fazendo-o sentir-se capaz e consciente de suas escolhas, tornando-o sujeito de
seu próprio cotidiano, de sua própria história.
Fomentar o discernimento, ou seja, a
capacidade de compreender, julgar e decidir é, sem dúvidas, mais importante do
que belas edificações e recursos modernos, sem o devido conhecimento de suas
funcionalidades. É claro que ter acesso a ambientes mais confortáveis e a um
mundo mais amplo de pesquisa e informações certamente é excelente, todavia
temos ainda que justificar e dar um sentido importante à utilização desses
recursos e ao respeito aos espaços coletivos, como a escola.
É sobre isso que reflito. Não importa se o
aluno ou o próprio educador tenham acesso aos melhores recursos pedagógicos, de
pesquisa, de alcance cultural ou estrutural se ambos não refletem sobre a real
utilidade desses recursos.
Sou incondicionalmente a favor de uma escola
estimulante, reflexiva e produtiva culturalmente. O discente deve compreender a
importância do que está ao seu redor em um ambiente escolar. Deve saber que
nesse mesmo espaço a hierarquia, a autoridade, o respeito ao docente e a
responsabilidade são um complemento fundamental para sua formação quanto
cidadão. A responsabilidade da família, aliada ao potencial crítico que a
escola deve proporcionar ao aluno, são imprescindíveis ao complexo e dinâmico
ato de aprender. Se conseguir uma pequena parte disso, os professores, a
escola, a família e a sociedade em geral estarão cumprindo seu trabalho
primeiro de formação: educar. Referências
à Lya Luft.
Prof. Maurício Manoel
Especialista em Ensino de Língua Portuguesa.
Coordenador de Ensino – SEDUC.
Membro da Academia de Letras e Artes do Ceará.
Membro de Base do Sindicato APEOC.
Fonte: Site da APEOC
Especialista em Ensino de Língua Portuguesa.
Coordenador de Ensino – SEDUC.
Membro da Academia de Letras e Artes do Ceará.
Membro de Base do Sindicato APEOC.