domingo, 13 de outubro de 2013

ARTIGO DE OPINIÃO: “EDUCAR É REFLETIR”



Percebemos - ao longo dos últimos 10 anos - um avanço inquestionável em investimentos, qualificação e acesso à educação em nosso país. Porém, a educação em seu sentido mais amplo ainda é relegada a um plano inferior. Considero até que o ato de educar deva ser repensado e redefinido. A Educação precisa ser um sintagma de privilégio, um símbolo de sucesso, um direito qualificado e acessível a todos os povos, em todos os setores e camadas, pois sem educação, informação, aprendizado, ninguém é capaz de escolher seus caminhos ou até mesmo determinar seu trabalho, não sabendo colocar-se e identificar-se no mundo.
Uma pessoa sem informação não entende o que acontece, assina o que não lê, aceita facilmente o que não compreende, não consegue se integrar a grande complexidade do mundo moderno – enfim - torna-se facilmente manipulada e externa aos acontecimentos que, muitas vezes, dizem respeito a suas próprias vidas.
Entretanto, o ato de educar não é apenas o ato de instruir, ensinar leitura e cálculos. Antes de tudo, educar é conduzir o ser a pensar, refletir, questionar, abrir as mentes para enfrentar a vida, fazendo-o sentir-se capaz e consciente de suas escolhas, tornando-o sujeito de seu próprio cotidiano, de sua própria história.
Fomentar o discernimento, ou seja, a capacidade de compreender, julgar e decidir é, sem dúvidas, mais importante do que belas edificações e recursos modernos, sem o devido conhecimento de suas funcionalidades. É claro que ter acesso a ambientes mais confortáveis e a um mundo mais amplo de pesquisa e informações certamente é excelente, todavia temos ainda que justificar e dar um sentido importante à utilização desses recursos e ao respeito aos espaços coletivos, como a escola.
É sobre isso que reflito. Não importa se o aluno ou o próprio educador tenham acesso aos melhores recursos pedagógicos, de pesquisa, de alcance cultural ou estrutural se ambos não refletem sobre a real utilidade desses recursos.
Sou incondicionalmente a favor de uma escola estimulante, reflexiva e produtiva culturalmente. O discente deve compreender a importância do que está ao seu redor em um ambiente escolar. Deve saber que nesse mesmo espaço a hierarquia, a autoridade, o respeito ao docente e a responsabilidade são um complemento fundamental para sua formação quanto cidadão. A responsabilidade da família, aliada ao potencial crítico que a escola deve proporcionar ao aluno, são imprescindíveis ao complexo e dinâmico ato de aprender. Se conseguir uma pequena parte disso, os professores, a escola, a família e a sociedade em geral estarão cumprindo seu trabalho primeiro de formação: educar. Referências à Lya Luft.
Prof. Maurício Manoel
Especialista em Ensino de Língua Portuguesa.
Coordenador de Ensino – SEDUC.
Membro da Academia de Letras e Artes do Ceará.
Membro de Base do Sindicato APEOC.
Fonte: Site da APEOC