TOPÔNIMOS
Ao
longo do tempo, o município de Coreaú teve três denominações, Várzea Grande,
Palma e Coreaú.
Tela pintada por Francisco das Chagas Moreira, representando a origem do topônimo "Várzea Grande" |
VÁRZEA GRANDE
Nos
seus primórdios, chamou-se de Várzea Grande. Esta designação foi inspirada na
feição topológica do local, um grande vale entre as serras da Meruoca e
Ibiapaba.
Com
este nome foi batizada a fazenda, que mais tarde seria transformada em povoado
e muito depois, alcançaria os foros de vila, município, cidade e comarca.
Este
bonito topônimo perdurou até a emancipação política da povoação, em 24 de setembro de 1870.
Tela pintada por Francisco das Chagas Moreira, representativa do topônimo 'Palma' |
PALMA
Com a elevação
da povoação da Várzea Grande à categoria de vila e município, houve a primeira
variação toponímica. Para o novo “status”, um novo nome. A partir de então, foi
denominada de Palma.
O nome Palma,
segundo consta, foi tirado da tradição, isto é, dos bolinhos de goma em forma
de ‘palma’, muito saborosos, vulgarmente chamado de broas, fabricados por uma
família de pretos residente no povoado. Esta denominação figurou oficialmente,
até 30 de dezembro de 1943.
Sobre este topônimo, o professor Renato Braga, no seu robusto
Dicionário Geográfico e Histórico do Ceará (B-C); Imprensa Universitária do
Ceará; Fortaleza, 1967; pp. 409 e 410, fez o seguinte registro:
“Palma parece-me estar ligado à fisionomia botânica da
várzea, densamente coberta das palmas multífidas da carnaúba, de tanta
prestimosidade em nossa vida rural. Êste
parecer afigura-se-me mais razoável do que aquêle que vai buscar a origem do
topônimo numas broas em forma de palma, por sinal muito saborosas e procuradas,
fabricadas por uns prêtos desaparecidos não faz bastante tempo.”
O tablóide “A Palma”, jornal do Movimento Cultural do
Município de Coreaú, em sua edição de 8/12/84, Ano I, nº 1, artigo O JORNAL “A
PALMA”, p. 2, referindo-se ao vocábulo “Palma”, assinalou:
“ “Palma” ou “Broa” são nomes dados ao pão típico da região,
feito de goma em qualquer residência, de modo artesanal. Sua forma arredondada
se assemelha à palma da mão humana ou à folha de palmeira. O certo é que o nome
“Palma” encerra pelo menos dois fatores,
um de ordem cultural e outro de ordem
econômica, para a população de Coreaú.”
Raimundo Batista Aragão, in História do
Ceará, 3º Volume, 1985, p. 270; aludindo-se ao topônimo “Palma”, afirma:
“A “Mulher da Palma”, portanto ou simplesmente a “Palma”,
torna-se o local de referência para encontros e pousos. A partir de então a voz
popular se encarrega de fixar, culturalmente,
a palma de goma na “palma”, locativo que assim se perpetuará.”
No curso de 73 anos, isto é, no período compreendido entre
1870 e 1943, em que oficialmente intitulou o nosso município, o termo Palma foi
alvo de duas tentativas de mudança. A primeira foi em 1890, liderada pelo juiz
da Comarca, quando foi cogitado o topônimo Itaquatiara ou Itacoatiara. A
segunda ocorreu em 1943, patrocinada pelo governo do Estado, os nomes
apresentados foram Penanduba e Coreaú. Desta vez, o desejado intento foi
consumado e ‘Coreaú’ foi o escolhido.
COREAÚ
A denominação corrente, há cinquenta e nove anos, foi
tirada do rio Coreaú que banha a cidade e corta uma grande extensão do
município. A grafia atual é resultado de um processo de transformação que vem desde
o termo primitivo Croahu, chamado pelos silvícolas da região, até a forma usual
Coreaú. Assim, ao longo do tempo, podemos
encontrar, em documentos oficiais, o topônimo Coreaú grafado de várias formas: Croahu,
Coroassu, Coruahu, Crusay, Cruyay, Curuhahuy, Curuayú, Curiaú, Caruaiu, Curuaiú,
Curuaihu, Cruaihu, Curuaihú e Coreahu. Esta última expressão perdurou até 30/12/1943,
quando o Decreto nº 1.114 que ordenou a alteração toponímica, aboliu, também, o
“h”. Ensejando, assim, a grafia vigente.
EMANCIPAÇÃO: Vila e Município
Dez anos depois da criação do distrito de Paz, o arraial da
Várzea Grande é elevado à categoria de Vila, em 24 de setembro de 1870, com a
denominação de Vila da Palma, tendo por limites do respectivo termo os mesmos
da freguesia, por determinação da resolução Provincial Nº 1.316, assinada pelo
Desembargador João Antônio de Araújo Freitas Henriques, presidente da
Província. (...)
Fonte: História de Coreaú (1702-2002), de
Leonardo Pildas