JORNADA
ÉPICA DE RODRIGO DA COSTA ARAÚJO
Em 1695, com a idade de 21 anos, partiu de Recife
em busca do sopé da Serra da Ibiapaba, na capitania do Siará Grande. Sabia ele
que as imensas terras daquela região estavam devolutas, à espera de algum conquistador.
Sua resolução de partir contrariou seu pai, mas de nada serviram os conselhos e
advertências dos seus genitores. Destemido e sem se deter nas advertências
paternas, não se atemorizava diante da possibilidade de um feroz ataque dos
silvícolas que à época infestavam os sertões. Tomara conhecimento do
trucidamento dos padres Francisco Pinto e Luiz Figueira, mas nem isso, nem os
revesses sofridos por Soares Moreno nas tentativas de colonizar o Siará Grande
o intimidavam.
Desembarcou na barra do Acaraú; daí a caravana
lançou-se no mundo ermo de então, a enfrentar os sertões inóspitos. Até que um
dia, por felicidade, chegou às margens de um grande rio de pouca água e muita
areia: Era o Rio Acaraú. Depois de longa jornada, Rodrigo e sua caravana pararam
no sopé da Serra da Meruoca, onde um patrício, de nome Félix Cunha Linhares,
lhes deu abrigo e repouso.
Por orientação de Félix Linhares, Rodrigo contornou
a Serra da Meruoca pela esquerda, encontrando pela frente uma campina imensa
(Jaibaras). A jornada continuou. Mais algumas léguas foram vencidas e eis que
surge outra campina pontilhada de belos carnaubais.
Perto de um morro, à margem do Rio Coreaú, Rodrigo
da Costa Araújo estabeleceu sua nobre morada. Nas cheias do rio, a vasta
campina era inundada. Denominou sua fazenda de Várzea Grande, que deu origem,
posteriormente, à Vila da Palma, fundada por seus bisnetos, Plácito, Alexandre,
Joaquim Rodrigues Moreira e o cunhado destes, José Gomes Damasceno. Em 24 de
setembro de 1870, a povoação foi elevada à categoria de cidade pela Resolução
nº 1316 e, com essa mudança, desapareceu a antiga Várzea Grande.
João Alberto Teles
Cirurgião-dentista
Fonte: Blog
Diário de um Navegante