A primeira
mulher a ter direito de votar no Brasil foi Celina Guimarães Viana. E isso bem
antes do Código Eleitoral de 1932. Aos 29 anos, Celina pediu em um cartório da
cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para ingressar na lista dos
eleitores daquela cidade. Junto com outras seguidoras, Celina votou nas
eleições de 5 de abril de 1928.
Nascida em
1890 e formada pela Escola Normal de Natal, Celina aproveitou a Lei nº
660, de outubro de 1927, que estabelecia
as regras para o eleitorado solicitar seu alistamento e participação. Em todo
país, o estado potiguar foi o primeiro a regulamentar seu sistema eleitoral,
acrescentando um artigo que definia o sufrágio sem “distinção de sexo”.
O caso ficou
famoso em todo o mundo, mas logo recebeu o balde de água fria da Comissão de
Poderes do Senado, que não aceitou o voto. No entanto, a iniciativa da
professora marcou a inserção da mulher na política eleitoral, numa época em que
os homens dominavam este ambiente. A legalização do voto feminino ainda
demoraria um pouco mais. Somente em 1932, o Código Eleitoral definiria que o
voto era extensivo a todos, sem distinção de gênero, tornando-se obrigatório em
1946.
Fonte:
Revista História da Biblioteca Nacional, ano 8, nº 91, abril de 2013