EXCELÊNCIA REVERENDÍSSIMA, DOM BENEDITO
Primeiramente,
é imperioso enaltecer o empenho extraordinário do Padre Lucione Queiroz em
fazer acontecer esse evento. Padre Lucione, um pároco que tem se revelado, para
nós, que fazemos parte da Paróquia de Nossa Senhora da Piedade, um pastor
verdadeiramente preocupado com o seu rebanho.
Destacar
também a dedicação do Manoelzinho da Malhada Vermelha, que não mediu esforços
para que o acolhêssemos da melhor forma possível.
Agradecer
a Prefeita Érika Cristina, o senhor Chico Antônio e o Secretário de Cultura
Ivanildo Lourenço, que em muito contribuíram para esse momento.
Feitas
essa considerações iniciais, Dom Benedito, é com profunda alegria que, em nome
da família Albuquerque, dou-lhe as
boas-vindas a Coreaú.
Vossa
Excelência Reverendíssima, com a graça de Deus, conta com 85 anos de idade, dos
quais 60 são de dedicação exclusiva ao sacerdócio junto à Igreja Católica.
Há
60 anos, o senhor assumia a nossa Paróquia como padre recém ordenado.
Exatamente no dia 6 de janeiro de 1954.
Chegou aqui cheio de
idéias, para trazer-nos a Boa Nova, sob os auspícios de Dom José Tupinambá da
Frota, então Bispo de Sobral. E que prodigiosa coincidência. Assumiu a Paróquia
de Nossa Senhora da Piedade, vindo como assistente espiritual da Igreja
justamente no dia 6 de janeiro, dia de Reis, o dia em que Jesus Cristo foi
apresentado ao Mundo.
Como
o tempo passa rápido.
São 85 anos de idade. Uma
vida bela e útil, iluminada pela virtude e conduzida pelo bem geral
A
sua vida tem sido assim, bela e útil.
Além
do que, como está em provérbios de Salomão,
Vossa Excelência Reverendíssima achou o conhecimento de Deus, porque tem preservado o temor a Ele, guardando os mandamentos Dele
em seu coração. Daí, Dom Benedito, a conseqüência é essa: Vossa Excelência
Reverendíssima teve os dias aumentados e lhe foram acrescentados anos de paz.
Muito
embora eu não tenha tido convivência com Vossa Excelência Reverendíssima, venho
acompanhando o seu histórico, mormente aquele que está consignado no livro do
estimado memorialista e historiador Leonardo Pildas.
Aquilo
que Leonardo Pildas escreveu no Livro 1702-2002, aliado ao que ele tem me
relatado verbalmente nos últimos anos, é suficiente para que eu possa descrever
um perfeito retrato dos 10 anos em que o senhor esteve à frente da Paróquia de
Nossa Senhora da Piedade aqui de Coreaú, quais sejam, entre 1954 e 1964.
Vejo
imagens dos idos de 1954. A Igreja da Matriz de Coreaú lotada para lhe
recepcionar, uma solenidade grandiosa lhe fora prestada, a banda de música
tocando, as pessoas se espezinhado para vê-lo. Ali estava o primeiro coreauense
padre, e mais, comandando a paróquia da cidade onde nasceu.
Seus
pais, tio Zé Barra e tia Cocota – na verdade tios de minha mãe Aparecida, filha
do Doda Machado - estavam deveras contentes, como felizes estavam seu irmão
Gerardo Barra, seus primos, primas, tios e tias, amigos e colegas de infância.
Aquele menino nascido no dia 24 de agosto de 1928, com tenros 25 anos de idade,
conseguiu honrar pai e mãe. Que bênção! Que grata felicidade!
Outra
coincidência, que mais parece ser obra de Deus. Segundo Pildas me afirmou,
Vossa Excelência escolheu ir para a Ordem Franciscana, solicitando a sua
matrícula ainda no seminário menor. E veja seu nome completo BENEDITO FRANCISCO
DE ALBUQUERQUE. O primeiro nome BENEDITO, que significa Bento, coincide com o
nome do Penúltimo Papa, no caso BENTO XVI; já seu segundo nome FRANCISCO, é o
nome escolhido pelo atual Papa FRANCISCO (ambos, Bento XVI e Papa FRANCISCO pertencem
à ORDEM FRANCISCANA). Por fim, ALBUQUERQUE, é o sobrenome da maior família de
Coreaú. Ou seja, Vossa Excelência Reverendíssima, Dom Benedito, é um
FRANCISCANO completo.
Imagino
ainda aquela que foi uma de suas maiores obras sociais, o Educandário Nossa
Senhora da Piedade, acolhendo as crianças e os jovens locais e da região, os
quais cheios de esperança, adentravam no recinto escolar ávidos pelo
letramento, pelo conhecimento. Quanta organização, quanta disciplina, quanto
amor Vossa Excelência Reverendíssima espalhou no Educandário. Aqueles meninos,
aquelas meninas, aqueles pré-adolescentes e adolescentes descobrindo o caminho
da fé e da razão. Tenho isso como poesia. A poesia cantada de forma concreta.
A gente sabe, e se orgulha disso, que o
senhor tem sido um evangelizador de mão cheia, um clérigo de visão humanística.
Quando aqui esteve, incitava os membros da comunidade a realizar algo,
motivava-os a trabalhar, a construir a si próprios e a comunidade local, a
fazer as coisas em conjunto. Inclusive, usou dos recursos financeiros de seus
pais para ajudar muitas pessoas, para ajudar a crescer o Coreaú. Nem por isso seus pais quebraram, nem por isso
se apertaram financeiramente. Do contrário, seus pais sempre viveram bem, em
todos os sentidos. Dom Benedito, como muito bem assentou Leonardo Pildas “A sua ação pastoral, educacional e
formadora, em nosso meio, é algo que não pode ser mensurado, haja vista que até
hoje ainda podemos senti-la em cada família de Coreaú”.
Eu teria ainda tanta coisa para dizer, como por
exemplo, das suas bem-aventuranças em outras paróquias, tais como Sobral,
Granja, Fortaleza, etc, da sua missão como Bispo de Itapipoca-CE, mas não se
preocupe não, eu sei e todos sabem da sua importância, do quanto Vossa
Excelência Reverendíssima é grande na essência, tem a alma generosa. Para Deus, o que
vale é uma boa alma.
E como a alma de Vossa
Excelência Reverendíssima é grandiosa.
Parabéns e obrigado, Dom Benedito,
amado conterrâneo e pastor!
NOTA:
Texto produzido pelo professor Fernando Machado Albuquerque. Foi lido por ele
próprio, no dia 06 de janeiro de 2014, à noite, no Coreaú Social Club, logo
após a celebração de uma Santa Missa transcorrida na Igreja da Matriz às 19
horas, por ocasião das festividades alusivas aos 60 anos de sacerdócio do Dom
Benedito Francisco de Albuquerque, que esteve presente ao evento.